A 3ª reunião do Grupo de Trabalho sobre Transições Energéticas do G20 está acontecendo nesta semana, nos dias 27 a 29 de maio, em Belo Horizonte (MG). O principal objetivo do evento é discutir sobre a dimensão social na transição energética global.
O ministro do MME (ministério de Minas e Energia), Alexandre Silveira, esteve presente no primeiro dia do evento e afirmou que é necessário entender a transição energética como um novo modelo de desenvolvimento social e econômico.
O ministro também comentou que, para combater a pobreza energética,é necessário garantir o acesso à energia elétrica e a tecnologias limpas para diversas ações rotineiras, como cozinhar.
Um exemplo citado pelo ministro para combater a pobreza energética é o Programa Luz para Todos, desenvolvido por meio das políticas públicas do governo federal. Este programa utiliza o sistema off-grid, que consiste em energia solar com baterias.
O sistema off-grid permite o acesso à energia em regiões de difícil acesso, promovendo a inclusão energética. Além disso, permite que os consumidores gerem a sua própria energia e contribui para uma matriz energética sustentável.
Silveira ainda afirmou que o Brasil é o líder devido a sua matriz energética, pela sua de descarbonização da indústria, mobilidade e do transporte das tabelas biocombustíveis.
Outro fator destacado pelo ministro é que, para o sucesso da transição energética, é necessário que o mundo tenha uma consciência global. “O mundo precisa de um reconhecimento e uma governança global para que a transição energética aconteça efetivamente. Só a nossa matriz energética não basta”.
“O Brasil tem feito um esforço sobre humano na transição energética. O país lidera a produção de energia solar, eólica, fotovoltaica e a biomassa só não lidera a nuclear no mundo, afirmou.
De acordo com a IEA (Agência Internacional de Energia), são necessários US$ 8 bilhões anuais para garantir o acesso universal à cocção limpa até 2030. Isso implica triplicar os investimentos atuais, que são de US$ 2,5 bilhões, para alcançar essa meta em sete anos.
“Um grande obstáculo para alcançar o acesso universal a tecnologias limpas para cozinhar é a falta de investimento e financiamento dos setores público e privado. Nesse sentido, políticas bem-sucedidas relacionadas ao acesso a essas tecnologias limpas, implementadas por alguns os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento, poderiam apresentar oportunidades valiosas para a cooperação Sul-Sul”, acrescentou.
O ministro também sugeriu uma parceria com os países africanos para ajudar no planejamento energético para os próximos anos, como tem feito no Brasil, por meio da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), vinculada ao MME.
“Temos que reconhecer a importância do planejamento energético de longo prazo, nas suas mais variadas frentes, para orientar ações, instrumentos de financiamento e políticas de transição energética nos países”, acrescentou.
Além disso, Silveira comentou sobre as manifestações que aconteceram antes do evento. O ministro conversou com profissionais locais do setor de energia solar sobre a situação atual de pedidos de projetos de micro e minigeração distribuída.
Os manifestantes relataram que a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) tem reprovado projetos de 5 kWp com a justificativa de inversão de fluxo e, ao mesmo tempo, a distribuidora de energia estaria liberando a conexão de usinas de 1 MW até 5 MW na sua área de atuação.
“A uma parte da manifestação que é justa” afirmou o ministro. Explicou que o motivo de a CEMIG não aprovar esses projetos é a falta de investimentos por parte da companhia.
“A empresa não tem permitido que os projetos sejam conectados, e alguns investimentos já realizados estão parados. Além disso, outros projetos não foram iniciados porque, para serem financiados, é necessário compatibilizar os prazos”, completou.
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